domingo, 21 de setembro de 2008

canções de amor - christophe honoré (2008)

Após um longo tempo distante, volto pra comentar sobre um filme que acabei de assistir. Canções de Amor, Cine Bombril, sala 1, sessão das 20:00. Me surpreendi, um filme diferente do que eu esperava, diferente do que a crítica falou, diferente de tudo. Pelo menos de tudo que já vi. É um filme onde os sentimentos são expressados através de músicas. Mas não é um musical. E fala sim, de amor. Mas não é um romântico. É diferente. Pelos sentimentos sempre serem traduzidos em música e, portanto, em poesia, eles são ambíguos, discretos e até secretos. Sim, secretos. Mostra como amor é sempre amor, mesmo que mude. Mude quem ama, quem se ama, como ama, é sempre amor. Vale a pena assistir. Quatro estrelas.O link é pra um pdf, uma espécie dossiê sobre o filme. Pra quem sabe francês.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

file 2008

Depois de algum tempo distante estou de volta pra comentar sobre essa exposição que rola até o fim de agosto ali no Centro Cultural Fiesp. Trata-se de uma exposição altamente interativa que mostra as novidades no campo tecnológico como o próprio nome já diz: Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. E eu fui esperando algo meio como a Art.ficial, que eu já comentei por aqui. Mas não é. Ela não tem preocupação estética, muito pelo contrário, é uma vitrine do que se tem sido possível fazer com um Macpro e criatividade. Mas é tudo meio infantil, meio fútil, sei lá, não curti. Não encanta o geek mas também não ensina o leigo. Não fosse a companhia com que eu fui nessa exposição teria sido um sábado bem frustrante. Uma estrela. Mas vale pela visita ao prédio, projeto de Rino Levi com reforma no térreo pelo Paulo Mendes. Esse sim.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

misprinted type

Vou fazer também um breve comentário sobre um artista que tem me inspirado muito a fazer tentativas na colagem. Misprinted Type é o nome artístico que Eduardo Recife usa para trabalhos autorais. Um ar vintage misturado com ironia, surrealismo e expressionismo recheiam o trabalho desse cara. Acompanhadas de uma tipografia consistente e sugestiva, as obras no seu site, muito bacana por sinal, instigam a tesoura e a cola saírem da gaveta. Instigaram as minhas pelo menos. Cinco estrelas.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

do outro lado - faith akin (2008)

Esse filme, assistido hoje no Espaço Unibanco de Cinema, sala 5 sessão das 21:30, me fez pensar no caminho de volta pra casa. Não sobre família, choque de culturas, tratamento ao prisioneiro político, integridade, assuntos que o filme aborda. Mas sobre como tratá-los e resolvê-los. O filme foge de momentos fortes, emocionantes porque a vida também foge deles. Mostra como eles sempre poderiam acontecer e que realmente quase acontecem, mas parece que nós mesmo nos forçamos a continuar numa pasmaceira calma e tranqüila, levando a vida. Talvez porque quando tentamos sair dela coisas ruins acontecem, e ninguém gosta de coisas ruins. e nos mostra também que não importa a língua, o país, a cultura. Nós sempre somos os mesmos. Quatro estrelas.

graduation - kanye west (2007)

Essa resenha vai sobre o último cd mas não tão novo do Kanye West. Com esse álbum ele definitivamente se firma com o melhor artista de hip-hop da atualidade. Batidas inovadoras, experimentais e extremamente dançantes formam e completam esse álbum. Uma forte influência o Indie Dance de Justice em Stronger, uma pegada mais anos 90 em Flashlights, a ótima Homecoming com Chris Martin do Coldplay e o cd anda inteiro bem. Esse eu recomendo mesmo, cinco estrelas pra ele. E cinco estrelas pro site do Kanye West também, com um design totalmente japonês, colorido mas ao mesmo tempo intuitivo e claro. E depois falam que o Snoop Dogg é bom.

mulheres - steven smith

Hoje vou fazer um breve comentário sobre um artista que me chamou a atenção esses dias e me impressionou. Isso que eu não sou chegado em realismo figurativo, mas Steven Smith é muito mais que isso. Um artista que faz mulheres com uma maestria no uso de luz e sombra, de expressão facial e de feminilidade. As mulheres de Steven Smith são plenamente puras e maliciosas. O link na foto é de um álbum no flickr com várias telas em óleo desse artista. No site da Chilli Beans tem algumas fotos e um vídeo ótimo sobre esse artista. A beleza pura e marcante das moças bonitas, por elas eu vou torcer.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

shortbus - john cameron mitchell (2006)

Bem, estou sem sono e vou postar uma resenha sobre outro filme a qual eu assisti nesse minha viagem à Campinas, mais precisamente ao apartamento de meu pai, o Lú. E o filme da vez é Shortbus. Bem, é um filme homossexual quem tem como intenção, bem sucedida, em chocar o grande público, eu me incluindo nele dessa vez. Tanto que esse filme só passou nas telas daqui na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no ano de sua estréia e ainda não saiu em dvd também, meu conseguiu não sei como, só sei que ele conseguiu e eu assisti. A cena de abertura é particularmente repulsiva, acompanhada por outras mais adiante no filme mas que não se compara a ela. Dá um enjôo só de lembrar. Mas em meio a muitas cenas de sexo explícito homo e hetero ainda se encontra um pouco de sensiblidade. E é justamente sobre isso que o filme trata, do excesso e falta de sensibilidade de uma sociedade nova-iorquino pós ataque de onze de setembro. Excesso e falta que por vezes vêm juntos, um numa mão, outro na outra. Mas o filme, como em outros com tema gay, transborda promiscuidade e seca em afeto, em carinho. Duas estrelas, ou melhor, uma. Só pela aquela cena inicial, puta cena nojenta. Mas tem uma maquete da cidade de Nova Iorque pra arquiteto ver.

art.ficial 4.0 - emergência

Dessa vez eu vou falar sobre uma exposição gratuita que está rolando ali no Itaú Cultural, no comecinho da Paulista. Eu li muito sobre essa exposição, a Art.Ficial, que já está na quarta edição e fiquei enrolando pra ir muito pro achar que na verdade seria meio chata. Ela trata da inevitabilidade de alguns softwares desenvolvidos justamente pra que eles funcionassem como a natureza, de modo imprevisível. E assim existem microorganismos virtuais sendo criados há muito tempo, carpas que tocam mp3 e óxidos de ferro imersos em água. Isso é o de menos. O que me impressionou nessa exposição é a plasticidade das obras, pois normalmente sempre que se trata desse tipo de mostra, em que a tecnologia está em primeiro plano, a estética é esquecida. Nessa não. Uma obra chama particularmente a atenção: um livro que flutua no aquário e que seu movimento faz com que uma bomba d'água faça com que ele se mova mais ou menos, numa eterna falta de gravidade leve e sutil. E a água faz com que suas páginas virem e revelem mais ou que voltem e lembrem o que foi revelado.
Vale a pena conferir. Cinco estrelas pra ela. E muitas pessoas bonitas também, ótimo lugar para flertes despretensiosos.

era uma vez - breno silveira (2008)

Esse primeiro post vai ser sobre o filme que eu vi hoje no Cinemark do Shopping Iguatemi de Campinas, sessão das 18:50, sala 3. É, foi um bom filme. Esse assunto da favela me interessa muito e eu não agüentava mais ver esse Thiago Martins em todos os lugares e não conhecer o trabalho dele. Ele atua bem, passa exatamente o carioca que é inseguro e simples mas ao mesmo tempo firme e decisivo nas horas em que é preciso ser. Talvez um pouco fantasioso em relação ao amor do casal protagonista, mas um pouco de fantasia sempre é desejável. Bacana o jeito que o filme aborda o papel do sistema carcerário na formação do indivíduo e do conceito de fraternidade. É isso, eu dou três estrelas pra ele. E um ocorrido me fez lembrar porque povo que vai em cinema de shopping é repulsivo: o filme mal acabou e metade do público se levantou e se retirou, enquanto Thiago Martins faz um mini depoimento muito interessante. Não vou falar o que diz esse depoimento pra que quem saiu fique mesmo sem saber, mas o que ele fala nos faz pensar. Poderia ser qualquer um.