O tempo é como uma rua, você pode andar pra frente e pra trás nela, mas você nunca poderá mudá-la. Porém, se você criar outra rua, exatamente igual a essa, as coisas podem ser um pouco diferentes. Esse texto é sobre o filme Sinédoque Nova Iorque assistido na sala 1 do Cine Belas Artes, sessão das 21:30. Existem muitas coisas na minha história, e acho que na de todos, que poderiam ser mudadas. Mais do que só mudadas, mas momentos que gostaríamos de reviver, de relembrar, de ver com outro ponto de vista. Momentos que por vezes parecem ser menores tomam outra forma, outro valor. Sinédoque significa trocar a parte pelo todo, uma espécie de metáfora, figura de linguagem que você substitui uma palavra pela outra para tornar o texto mais expressivo, como em cabeça de gado, a estação das rosas chegou, e outros exemplos, e é disso que o filme trata. Da simulação de uma coisa pela outra, e em momentos que a simulação torna-se mais real do que a própria verdade. Pois a simulação pode nos trazer algo mais real do que o simples viver a vida. Exagerar, diminuir, trocar de papel a favor de algo que não sabemos exatamente o que é mas sabemos onde vamos chegar. Sem nota, pois esse filme está absolutamente acima de qualquer julgamento pessoal, não por ser melhor ou pior que outros, mas não me sinto qualificado a concluir sobre ele e acredito que ninguém seja. O link no pôster é pro site do filme, obrigatório de você já leu tudo isso. Site lindo, maravilhoso, dá pra ouvir todas as músicas do filme, pra ser visto e revisto, como o filme. Sentado na espuma, retinas enxergaram luz colorida projetada no sintético branco. Retinas que , ao focalizar, refletiram muitas coisas, inclusive o fim. Sinédoque.
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